por Melissa Scarpelli
O filme homônimo de 1983 Trading Places (no Brasil, traduzido para Trocando as Bolas, e em Portugal, para Os Ricos e os Pobres) conta a história de um corretor de commodities de classe alta e um morador de rua cujas vidas se cruzam quando, sem saber e sem querer, eles fazem parte de uma aposta sofisticada. Na versão moderna de O Príncipe e o Mendigo, de Mark Twain, a sátira social tem roteiro inteligente que nos faz questionar o quanto o meio nos influencia e como as antíteses sociais estão presentes na contabilidade de cada dia.
Exemplo disso é como fomos doutrinados a enxergar as situações de subtração e adição, como sendo ruins ou boas. Nosso inconsciente tende a ver tudo aquilo que adiciona com o viés positivo, enquanto o que subtrai é tido como negativo. Um verdadeiro yin & yang, no qual os opostos ora se complementam, ora se contrapõem.
Falando assim, até parece simples, mas tudo muda quando entramos no mundo do débito e do crédito. Isso porque a associação de positivo ou negativo assume o condão de destino e origem. E a balbúrdia não para por aí. Toda conta com saldo devedor aumenta quando há registro de débito e diminui quando há um crédito. Já toda conta com saldo credor aumenta quando há registro de crédito e diminui quando há um débito.
Isso sem contar os conceitos de ativo e passivo que aumentam a confusão. Ambos são registrados no balanço patrimonial, cujo objetivo é demonstrar a posição financeira e econômica de uma empresa ou organização. Os ativos são os bens materiais, como móveis, imóveis, maquinário, dinheiro em caixa. Já os passivos são as obrigações, as despesas contraídas pela empresa, as contas a pagar ao governo ou aos fornecedores.
Mas, voltando ao conceito de débito e crédito, façamos o exercício de esquecer o viés de adição e subtração, uma vez que assumem a conotação de débito para aumentar o valor quando representam um bem ou direito ou para diminuir seu valor, caso represente obrigação, e crédito para aumentar o valor se representar obrigação ou para diminuir seu valor se for um bem ou direito.
Em resumo, trocar as bolas é fácil quando ambos os termos débito e podem aumentar ou diminuir o valor, dependendo do que representam. O imbróglio será desfeito quando pudermos atrelar débito e crédito aos termos destino e origem. Então, teremos débito atrelado à aplicação do recurso, enquanto o crédito estará ligado à origem do recurso aplicado.
Traduzindo em termos contábeis, quando falamos em lançar a débito em uma conta, queremos dizer que o serviço, bem ou dinheiro está destinado àquela conta. Se falarmos sobre lançar à crédito em conta significa que o dinheiro, bem ou serviço teve origem naquela conta.
Nem é preciso ser cientista nuclear para entendermos que, se uma empresa comprar um imóvel, ela terá um aumento em seu ativo, mas no registro de conta com bancos haverá diminuição de valor, visto que a empresa tirou dinheiro do caixa para fazer tal aquisição. Estes registros contábeis, ainda que pareçam simples, têm impacto no resultado da empresa.
Um saldo de estoque desajustado, por exemplo, representa despesa alta e ineficiência na gestão, pois administrar o estoque representa a capacidade que a empresa tem de controlar a quantidade de cada produto num lapso temporal, bem como a necessidade real de compra e reposição e de avaliação do mix de produtos. Cuidar do estoque não se limita ao controle físico, mas também em considerar o custo, o valor dos produtos, o giro e, principalmente, a margem de lucro.
É aí que entra a necessidade de um profissional para organizar tantas demandas e balanços. Ainda que a contabilidade seja exata, ela precisa de seres humanos para fazer os lançamentos e registros contábeis, a fim de replicar com eficiência a realidade das empresas. Afinal, para não trocar as bolas e garantir o saldo sempre positivo, é preciso sermos conscientes das nossas ações.
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